Mórmon na Política 2012

Moroni Torgan durante sua chegada em Fortaleza, depois de uma temporada de três anos em Portugal, onde presidiu as igrejas Mórmon no País europeu. FOTO: ALCIDES FREIRE
Que alguma coisa aconteceu com o candidato democrata, Moroni Torgan, nos três anos em que passou em Portugal, ninguém têm dúvidas. Mais cauteloso nas palavras, sem muitas críticas ou ofensas a adversários e à atual gestão, e com um discurso paz e amor, o prefeiturável permanece nos extremos das pesquisas eleitorais, até agora feitas. Tem a maior rejeição, com 33% dos entrevistados no último levantamento Ibope, e também a maior aceitação (31%).
Seu vice, Lineu Jucá, acredita que o problema, ou a solução para Moroni, com certeza, foi a religião Mórmon, da qual foi presidente no País europeu por três anos. Até o ferrenho discurso da segurança pública tem dado lugar a outras questões mais comuns a outros candidatos, como a problemática da saúde. Em debate realizado no Observatório de Políticas Públicas da Universidade Federal de Fortaleza (UFC), segunda-feira, o democrata disse que esse era o principal problema em Fortaleza, e não a segurança pública, bandeira levantada tantas vezes durante as outras tentativas de assumir a cadeira de prefeito da Capital.
Um dos pontos tocados por ele foi o do saneamento básico, que segundo disse, deveria estar mais difundido entre a população fortalezense. Moroni elogiou, inclusive, o Projeto Sanear, do Governo do PSDB, que na ocasião do debate, estava sendo representado por Marcos Cals, na função de adversário direto de Moroni à sucessão de Luizianne Lins. Moroni disse, inclusive, que não terá problema em dar continuidade “às coisas boas da atual gestão”, assim como, aproveitar as propostas de PSB, PSDB, PT e até do PSOL, do socialista Renato Roseno.
O evento foi dividido em quatro blocos. No primeiro, os candidatos apresentavam seus programas de Governo, para em seguida, responderem às perguntas dos presentes, que incluíam estudantes universitários, jornalistas e militantes que acompanhavam os candidatos. Em um dos questionamentos, um estudante perguntou o que Moroni faria para diminuir a violência contra homossexuais em Fortaleza, que de acordo com a pessoa que escreveu a pergunta, é uma das cidades mais homofóbicas do País.
Percebendo o tom e o caminho que a pessoa queria dar aquela pergunta, Moroni sorriu, franziu a testa e disse calmamente, uma frase memorável de Madre Teresa de Calcutá, uma das principais pregadoras da paz e do amor no mundo: “Quem perde tempo julgando não tem tempo para amar”, e assim é ovacionado com palmas diante uma plateia de pouco mais de cinquenta pessoas.
O democrata entendeu o recado, e o jovem que fez o questionamento, ainda mais. Avaliando as pesquisas apresentadas, Moroni Torgan diz que já teve rejeições maiores, chegando até a 48%, e que está confiante no andamento de sua campanha. Quer mostrar que mudou, e que o índice de aceitação de sua candidatura tenderá a aumentar. Com isso, vai seguindo pregando o discurso da paz e do amor entre todos.
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