"Um Natal Diferente"

Élder Jairo Mazzagardi
Dos Setenta

Quando minha esposa e eu servimos na Missão Salvador, resolvemos passar o Natal na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, Bahia.
Longe de tudo, resolvemos conhecer a beleza do local, Por entre as montanhas, víamos lugares que pareciam jardins construídos pela mão do Senhor. Riachos e cachoeiras corriam ao longo do caminho repleto de pássaros coloridos. Borboletas e flores exóticas completavam a paisagem de um céu azul completamente limpo.
Na noite de Natal, em uma pequena pousada, foi servida uma ceia simples. Sentíamos um espírito muito agradável e estávamos felizes por estar juntos e trocar alguns presentes também simples.
No dia de Natal, fomos conhecer uma caverna. Caminhamos muitos quilômetros para chegar até lá, mas valeu a pena, era um lugar muito lindo. Em um determinado local, durante nosso passeio, o guia pediu que apagássemos todas as lanternas. Ficamos em plena escuridão. Ele caminhou até um ponto sem que percebêssemos, e começamos a ouvir uma música como o som de uma marimba. Ouvimos as notas bem marcadas do hino Noite Feliz. Depois, foi-nos mostrado o guia batendo suavemente nas estalactites e extraindo o som que parecia ser de um instrumento musical de verdade.
Saímos de lá passando por águas muito transparentes e caminhamos até chegar a um lugar, debaixo de uma árvore, onde nos foi servido o almoço de Natal.
O prato era “Pancovo” servido com refrigerante gelado. Que banquete! Pancovo!
Fazia calor. Havíamos nos levantado cedo e estávamos com fome. Finalmente, a comida chegou. Fizemos uma oração pedindo a benção do alimento e agradecendo por tudo o que estávamos sentindo naquele dia.
Comemos vagarosamente, pois havia apenas uma porção para cada pessoa. O Pancovo consistia em um pão fresquinho com um ovo frito e uma folha de alface, acompanhado de um refrigerante gelado. Não havia o suficiente para repetir. Foi tão gostoso que até hoje relembramos o gosto daquele banquete de Natal.
Os anos se passaram, mais de 20 anos, e o que ficou em nossa lembrança foi a linda experiência de estarmos juntos e sentirmos o espírito de Natal.
Não foi um presente caro, não foi o luxo do lugar, não foi a abundância de comidas e bebidas, alias, nem havia chocolates ou sobremesa, mas foi um Natal perfeito.
Sentimos gratidão pelo Salvador que veio ao mundo por amor a nós e para nos resgatar (ver D&C 76:41-42). A união da família, o amor e o cuidado que sentimos naquele belo lugar, e a vida dedicada ao trabalho do Senhor em uma designação de servir ao próximo com amor fizeram desse época um Natal inesquecível.
Que este Natal seja também para vocês um tempo de reflexão, deixando de lado um pouco “as coisas deste mundo” (D&C 25:10) e suas distrações; e que vocês sintam o espírito de Natal voltando sua mente e seu coração para o Infante de Belém, Jesus Cristo, o Senhor.
Feliz Natal!

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