O PODER DO MAL





Lucas Guerreiro
 Colunista do Sud News Brasil


 Blog Associado: WWW.LUCASMORMON.BLOGSPOT.COM

                Começo com uma advertência: aqueles que se aprofunda em estudar o mal acaba se apegando a ele. O Élder James E. Faust ensinou: "Não é uma coisa boa interessar-se por Satanás e seus mistérios. Nada de bom pode resultar de aproximar-nos do mal. Tal como quando brincamos com fogo, é muito fácil nos queimar: “O conhecimento do pecado induz à sua prática” (Joseph F. Smith, Gospel Doctrine, 5ª ed., 1939, p. 373). O único caminho seguro é manter-nos bem distante dele e de quaisquer de suas atividades iníquas e práticas depravadas. Os males do culto ao diabo, da feitiçaria, da bruxaria, do ocultismo, dos encantamentos, da magia negra e todas as outras formas de demonismo devem ser evitados como praga.
                "No entanto, o Presidente Brigham Young (1801–1877) disse ser importante “estudar (...) o mal e suas consequências” (Discourses of Brigham Young, sel. John A. Widtsoe, 1941, p. 257). Sendo Satanás o autor de todo o mal no mundo, é essencial, portanto, dar-nos conta de que ele é a influência por trás da oposição à obra de Deus. Alma declarou esse ponto sucintamente: 'Tudo que é bom vem de Deus e tudo que é mau vem do diabo' (Alma 5:40)" ("As Forças que nos Salvarão", A Liahona, Janeiro de 2007, pg. 3).
                Não podemos ignorar os ardis do inimigo (II Coríntios 2:10-11), mas isso não significa ser complacente com a iniquidade.
                O Senhor disse que se nossos "olhos estiverem fitos em minha glória, todo o vosso corpo se encherá de luz e em vós não haverá trevas; e o corpo que é cheio de luz compreende todas as coisas." (D&C 88:67). E em mais de uma ocasião Ele ensinou que "luz brilha nas trevas e as trevas não a compreendem" (D&C 6:21, 45:7, 88:46). Perceba que as trevas não podem compreender a luz, mas a luz entende a extensão, profundidade e densidade das trevas. Isso é ilustrado no Livro de Mórmon na ocasião em que Néfi foi descrito como um homem que sabia "tão bem das coisas que nos acontecerão quanto de nossas iniquidades". Néfi não era iníquo, não tinha sido iníquo - ele, contudo, sabia perfeitamente sobre o estado corrupto em que se encontravam seus irmãos. Eles estavam em trevas. Néfi conhecia essa trevas tão bem quanto sabia a respeito do futuro, pois tinha o poder de profetizar (Helamã 8:8).
                O que quero dizer iniciantemente, portanto, é que não precisamos ser curiosos com as obras das trevas. Creio que assistir filmes, promover debates e ler livros sobre exorcismo, bruxaria, satanismo, etc. nos afastam de Deus e do conhecimento da divindade. Se nos empenharmos em estudar as trevas, sendo muito otimista, conheceremos apenas as mesmas. Se nos empenharmos em buscar a luz, entretanto, adquiriremos todo o conhecimento. E não levará muito tempo, após termos iniciar a jornada para a Suprema Luz, para percebermos que nenhum beneficio pode verdadeiramente vir da escuridão espiritual.
                Falemos agora algo sobre o poder do mal e a extensão das trevas, conforme ensinado nas escrituras e nas palavras dos profetas modernos. Tal assunto é exposto tão somente para advertir quanto aos ardis do diabo, que procura "tornar todos os homens tão miseráveis quanto ele próprio" (2 Néfi 2:27).

O poder de Deus e o poder do diabo
                Lemos nas escrituras que Satanás era chamado de Lúcifer, a estrela da manhã (Isaías 14:12). Esse título sagrado foi usado como um dos nomes do Senhor Jesus Cristo (Apocalipse 22:16). Estrela da manhã sem dúvida refere-se a uma posição de autoridade, liderança e poder. Sabemos que o sacerdócio, que é o poder de Deus, foi conferido na pré-mortalidade a Seus filhos (Alma 13:2-9). Sabemos que Lúcifer possuía o sacerdócio, e ainda o desfruta (Lucas 10:19, II Tessalonicenses 2:9, Alma 12:17). Evidentemente não é o sacerdócio de Deus, o qual se opera somente pelos princípios da retidão (D&C 121:36-37).
                Nesse ponto é instrutivo lembrar que "p poder do diabo é limitado, o poder de Deus é infinito" ("O poder do mal", Discursos de Brigham Young, pg. 69). O diabo tem apenas o poder, como ensinou o Presidente Brigham Young, para queimar, destruir, enquanto Deus tem o poder para organizar, construir e salvar "O poder do mal", Discursos de Brigham Young, pg. 70).
                Meu pai me contou certa vez o que ouviu em um discurso. Ele me disse: o poder de Deus não pode ser medido, todavia, como ilustração, imagine todos os exércitos da Terra reunidos - todos os seus armamentos e até bombas nucleares - imagine toda essa força bélica - esse seria o poder de Deus. Agora, pense em soldadinhos de chumbo de um menino de 10 anos - esse é o poder do diabo. O poder do diabo é ínfimo perto do de Deus.
                Apesar do poder do diabo ser pequeno comparado ao de Deus, ele, Satanás e seus seguidores, tem feito muito estrago à alma dos homens.
               
O poder do diabo da Vida pré-mortal
                Antes de nascermos Lúcifer se rebelou contra o  Plano de Deus e Cristo. O plano de Deus preceituava que todos os filhos de Deus teriam a oportunidade de serem exaltados – ou seja, de receberem as vidas eternas (GEE "Vida Eterna"). Não obstante, alguns poderiam se perder e não alcançar a meta do destino eterno. Devido as exigências da Justiça os desobedientes, no final da provação, teriam que sofrer. Mesmo o amor de Deus não poderia roubar a justiça (Alma 42:25).
Aparentemente Lúcifer se apercebeu que alguns de seus irmãos perderiam o privilégio de serem exaltados. O Plano que o próprio Pai Celestial tinha vivido e agora estava apresentando a seus filhos, representava uma taxa de risco - justamente por causa do dom do arbítrio. Lúcifer chegou à conclusão de que havia um caminho melhor. Ele pensou em privar todos os seus irmãos da liberdade de escolha que já tinham e obrigá-los a tomar decisões certas. Essas decisões corretas fariam com que a Divina Justiça recompensasse todos com a salvação. Todavia Lúcifer não considerou ou não se importou que se privados do arbítrio fossemos nunca poderíamos crescer realmente. Sem oposição não apenas as escolhas deixariam de existir, mas também, logicamente, suas consequências. A vida eterna estaria inalcançável e desfrutaríamos de uma salvação limitada.Leí ensinou que sem o arbítrio “não haveria retidão, nem iniquidade, nem santidade, nem miséria, nem bem, nem mal” e que “se fossem um só corpo, deveriam permanecer como mortas, não tendo vida nem morte, nem corrupção nem incorrupção, nem felicidade nem miséria, nem sensibilidade nem insensibilidade” (2 Néfi 2:11). Ele também ensinou: “E se disserdes que não há lei, direis também que não há pecado. E se disserdes que não há pecado, direis também que não há retidão. E não havendo retidão não há felicidade. E não havendo retidão nem felicidade não haverá castigo nem miséria” (2 Néfi 2:13).
Lúcifer achou que seu Plano era melhor do que o do Pai. Por isso não seria razoável que tendo um plano melhor que o do Pai estivesse no lugar Dele? Foi isso o que desejou. “Aquele Satanás (...) é o mesmo que existiu desde o princípio [como Lúcifer]; e ele apresentou-se perante mim, dizendo: Eis-me aqui, envia-me; serei teu filho e redimirei a humanidade toda, de modo que nenhuma alma se perca; e sem dúvida eu o farei; portanto dá-me a tua honra” (Moisés 4:1).
O profeta Joseph Smith ensinou: “A guerra no céu foi assim: Jesus disse que haveria certas almas que não seriam salvas; e o diabo disse que salvaria todas elas e apresentou seus planos ao grande conselho,  que deu seu voto a favor de Jesus Cristo. Então o diabo se rebelou contra Deus e foi expulso, juntamente com todos que se uniram a ele.”
Lúcifer tinha grande conhecimento e autoridade entre os filhos de Deus (D&C 76:25). Possivelmente ele se equiparava a outros nobres espíritos como Miguel e Joseph Smith. Mas Jeová era maior que todos (Abraão 3:19).
Em dado momento na vida pré-mortal o Pai Celestial reuniu todos os seus filhos. Aquele grande conselho não era para deliberar sobre o Plano. O plano já existia – o próprio Pai Celestial já o havia experimentado literal e pessoalmente[1]. E nós já o havíamos examinado e estudado muito. Aquele grande conselho era para decidir uma parte especifica e vital do Plano: quem seria o Redentor.
Como nosso Pai não queria que nenhum de seus filhos de perdesse, mas jamais os privaria do arbítrio (como Lúcifer idealizara), sabia que sem um poder redentor as falhas e pecados não poderiam ser corrigidos e apagados - e consequentemente não haveria exaltação. E nos conhecendo muito bem, o Pai sabia que a vida mortal seria uma época difícil onde muitos pecados poderiam ser cometidos.
O Pai perguntou: quem enviarei para ser o Salvador? O Senhor Jeová apresentou-se. Ele era o nosso irmão mais velho e o respeitávamos e o honrávamos como nosso líder. Ele se propôs a vir a Terra e ser nosso Salvador. Ele sofreria a penalidade por todos os pecados dos filhos de Deus e concederia um meio da validar o arrependimento sincero. Ele seria o Unigênito do Pai.
Um segundo manifestou-se. Não para cumprir o plano do Pai, mas para alterá-lo negativamente: tirando-nos dons e destronando o Pai!
“E o Senhor disse: Quem enviarei? E um semelhante ao Filho do Homem respondeu: Eis-me aqui, envia-me. E outro respondeu e disse: Eis-me aqui, envia-me. E o Senhor disse: Enviarei o primeiro. E o segundo irou-se e não guardou seu primeiro estado; e, naquele dia, muitos o seguiram” (Abraão 3:27-28).
Nossa escolha naquele grande conselho foi a de ficar ao lado do Salvador. Lúcifer tornou-se Satanás. Um terço dos filhos de Deus que viriam a esta Terra (em que nós vivemos) decidiram segui-lo. Eles foram privados da dádiva de um corpo e de um teste que os qualificaria para exaltação.
O Élder Robert D. Hales, do Doze, ensinou: “Por causa da rebelião de Lúcifer, houve uma grande batalha espiritual. Cada um dos filhos do Pai Celestial teve a oportunidade de exercer o arbítrio que Ele lhes dera. Decidimos ter fé no Salvador Jesus Cristo — achegarmos a Ele, segui-Lo e aceitar o plano que o Pai Celestial apresentou para nosso bem. Mas um terço dos filhos do Pai Celestial não teve fé para seguir o Salvador e decidiu, em vez disso, seguir Lúcifer, ou Satanás (D&C 29:36) E Deus disse: “Portanto, por ter Satanás se rebelado contra mim e procurado destruir o arbítrio do homem, o qual eu, o Senhor Deus, lhe dera (…), fiz com que ele fosse expulso” (Moisés 4:3). Aqueles que seguiram Satanás perderam a oportunidade de receber um corpo mortal, de viver na Terra e de progredir. Pelo modo como usaram seu arbítrio, perderam esse mesmo arbítrio. Hoje, o que Satanás e seus seguidores podem fazer é tentar-nos e provar-nos. Sua única alegria é a de tornar-nos “tão miseráveis como [eles próprios]” (2 Néfi 2:27, 9:9) Sua única felicidade acontece quando somos desobedientes aos mandamentos” (“Arbítrio: essencial ao Plano de Vida”, A Liahona, novembro de 2010, pg. 24).
A rebelião de Lúcifer causou uma divergência entre os filhos do Pai. Miguel, o arcanjo,líder nas eternidades, tomou a frente dos que ficaram ao lado de Jeová. Lúcifer e um terço dos filhos de Deus estavam determinados a lutar contra Jeová. “Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele” (Apocalipse 12:7-9). Esse “grande dragão vermelho” que com “a sua cauda [levou] após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra” (Apocalipse 12:3-4) foi vencido “pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho” dos que ficaram do lado de Miguel (Apocalipse 12:11)
Alguns deduzem que a guerra dos céus foi uma guerra de ideias – de palavras. Imaginam estes que Lúcifer e seus seguidores tentaram persuadir com a eloquência os filhos de Deus. Embora a sutileza e lábia do diabo seja uma de suas características mais pungentes, não entendo que a guerra consistiu apenas em discussões. Nem consigo adequar tal interpretação as escrituras e experiências que tive. O diabo lutou nos céus como o faz aqui. É claro que suas armas não consistiam em espadas e lanças. E é bem verdade que a língua do demônio é sua maior ferramenta. Miguel e os santos de Deus expulsaram o demônio e suas hostes com toda fé que tinham, todo poder, sacerdócio, retidão, luz e verdade. O poder do testemunho não os levou a passivamente declarar de que lado estavam. Mas a agir segundo sentiam e sabiam.
Não houve inertes na guerra. Todos tiveram que tomar uma posição. Alguns ficaram do lado de Cristo com total devoção, outros mostraram-se menos fervorosos e outros ainda somente seguiram Cristo por não querem seguir o diabo. Diferentes graus de retidão foram demonstrados naquela situação critica. Todavia, as opiniões diversas não alteraram os resultados da batalha: Cristo venceu! A guerra, porém, não cessou. Ela continua no Segundo Estado, como lemos em Apocalipse 12:17.
“E eles [Lúcifer e seus seguidores] foram lançados abaixo e assim surgiram o diabo e seus anjos; E eis que há um local preparado para eles desde o princípio e esse local é o inferno. E é necessário que o diabo tente os filhos dos homens, ou eles não poderiam ser seus próprios árbitros; porque, se nunca tivessem o amargo, não poderiam conhecer o doce.” (D&C 29:37-39)
O Senhor permitiu que o diabo tentasse os seus filhos como parte da provação mortal. Mas se o diabo não se tornasse um diabo ainda haveria uma provação[2]. Como, porém, ele pecou e foi expulso, o Senhor permite que ele tente os filhos dos homens. Todavia, Deus estabeleceu limites para que ele, o demônio, não tente os homens acima do que podem suportar (I Coríntios 10:13).
Do mesmo modo como vencemos o diabo antes de nascermos devemos vencê-lo aqui na Terra.
Como consequência da maldade do Diabo, ele e seus seguidores nunca poderão nascer e ter um corpo. Eles estão condenados. A plenitude de seu castigo, entretanto, será cumprida no devido tempo do Senhor. Por ora eles estão soltos tentando os homens.

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